Orlando Otávio / Canta Poesia
ACRÔSTICO DO POETA ITABAIANENSE Orlando Otávio
Filho natural de Campo Grande, Distrito de Itabaiana-PB. Filho de Odilon Otávio de Oliveira e Maria Francisca da Silva, primo legítimo do Maestro Sivuca.
Escreveu seu primeiro livro relembrando a festa da Conceição nos anos sessenta, homenageando os personagens daquela época.
Intitulado: “A PRIMEIRA VEZ QUE EU FUI À RUA”.
Escreveu um cordel homenageando sua terra – Campo Grande e seu povo. Chamado “O CORDEL DE CAMPO GRANDE”.
Também escreveu o cordel: “ABOIO DE VAQUEJADA NO VALE DO PARAÍBA” Gravou o CD do Terço dos Homens, com 12 músicas de sua autoria.
Gravou um CD com a participação do compositor Arácilio Araújo, também filho de Itabaiana. Com músicas alusivas á nossa terra.
Participou do Forró Fest, pela 9ª (nona) vez inclusive este ano. Festival este promovido pela TV Cabo Branco.
Participou ultimamente do “I FESTIVAL DE MÚSICA POPULAR EM POMBAL-PB”, sendo a sua música classificada entre as 12 melhores.
E ultimamente está escrevendo um livro intitulado “ITABAIANA, SEUS VALORES E SEUS AMORES”; livro este, onde resgata todos os filhos ilustres de Itabaiana.
Escreveu seu primeiro livro relembrando a festa da Conceição nos anos sessenta, homenageando os personagens daquela época.
Intitulado: “A PRIMEIRA VEZ QUE EU FUI À RUA”.
Escreveu um cordel homenageando sua terra – Campo Grande e seu povo. Chamado “O CORDEL DE CAMPO GRANDE”.
Também escreveu o cordel: “ABOIO DE VAQUEJADA NO VALE DO PARAÍBA” Gravou o CD do Terço dos Homens, com 12 músicas de sua autoria.
Gravou um CD com a participação do compositor Arácilio Araújo, também filho de Itabaiana. Com músicas alusivas á nossa terra.
Participou do Forró Fest, pela 9ª (nona) vez inclusive este ano. Festival este promovido pela TV Cabo Branco.
Participou ultimamente do “I FESTIVAL DE MÚSICA POPULAR EM POMBAL-PB”, sendo a sua música classificada entre as 12 melhores.
E ultimamente está escrevendo um livro intitulado “ITABAIANA, SEUS VALORES E SEUS AMORES”; livro este, onde resgata todos os filhos ilustres de Itabaiana.
Aboios de Vaquejadas
VAQUEJADA NO VALE DO PARAÍBA
Uma homenagem a todos os simpatizantes de aboio e vaquejada.
No vale do Paraíba, vaquejada é tradição
De todo canto vem gado, vem vaqueiro e alazão
Vem mulher de toda raça de sacudir coração
Se você for bom naquilo, não sai mais da região.
Vaquejada popular, é pras banda do Cajá
Quem for a primeira vez, nunca deixa de ir lá
Terra de mulher bonita, do peão se apaixonar
Em época de vaquejada, Santo Antônio anda por lá.
Eu fui à Juripiranga, pra vaquejada de lá
Um touro se envenenou, ninguém conseguiu puxar
Vaqueiro em Juripiranga, só sabe o copo virar
Mas depois que ele vira, o touro vira um preá.
São José tem vaquejada, tem aboio e tem vaqueiro
Tem tradição na viola, lá é um lugar festeiro
Terra de Manoel Xudú, seu maior cancioneiro
Em toda essa região, ele foi o pioneiro.
Vaquejada em Itabaiana, só me lembro dos Duré
No vale do Paraíba, era meio mundo de Mé
Par de vaqueiro afamado, era Janjão e Zezé
Era quase uma semana de queda e arrasta-pé.
Vaquejada em Gurinhém, o vaqueiro se dar bem
É tanta mulher bonita, ninguém sabe donde vem
Mas se você der bobeira, levam a sua também!
01
Vaquejada em Mogeiro, já é tradicional
Tem um parque confortável, o ambiente é legal
Parque Aderaldo Gonçalves, em homegam a Lau
Que deixou muitas saudades do Sertão ao Litoral.
Vaquejada no Ingá, todo peão vai pra lá
A festa começa cedo, não tem hora pra acabar
Enquanto tiver cachaça, ninguém para de tomar
E tem Itaquatiara, pro turista visitar.
Vaquejada em Umbuzeiro, coitado do sanfoneiro
Toca a noite todinha, e rola o dia inteiro
O boi correndo na pista, e o forró no terreiro
E o mulherio montando, na garupa do vaqueiro.
Vaquejada em Sapé, é a mais que tem mulher
Ruiva, loira, e morena, só se ver mulher filé
Se tiver alguma feia, ninguém olha ninguém quer
Quem ganhar mulher bonita, o urso pega no pé.
Vaquejada em Salgado, o vaqueiro é gozado
Arruma um parceiro fraco, para derrubar o gado
Chega em último lugar, e ainda é premiado
Depois sai com medalhão, no pescoço pendurado.
Vaquejada em Juarez, eu também passei por lá
Vi cavalo na espora, vi poeira levantar
Vi o dia amanhecer, vi o sol amarelar
Eu vi a lua nascer, depois vi ela minguar
Vi o céu desestrelando, nada de ninguém parar!
Eu nasci em Itabaiana, cidade bela e sadia
Amansando burro bravo, tomando cerveja fria
Narrando festa de gado, e caindo na folia
Dinheiro eu ganho pouco, mas levo a vida sadia.
Para quem não me conhece, eu vou me apresentar
Me chamo Orlando Otávio, sou filho desse lugar
Não sou filho de vaqueiro, mas ele me faz cantar
Sua vida e seu trabalho, é fácil de se inspirar
Porque a vida de gado, é a melhor de contar.
Não abóio de improviso, mas no lápis eu sou o cão
Quando eu pego no papel, entra logo inspiração
Com Galego Aboiador, entro na competição.
Em salgado de São Felix, eu conheci um doutor
Dono de uma fazenda, um verdadeiro senhor
Ele é da vida de gado, merece o nosso louvor.
Chama-se doutor Audário, do vaqueiro é defensor.
Na fazenda Santa Cruz, fui um dia passear
Gostei da recepção, o seu dono é popular
Sabe fazer amizade e sabe o boi derrubar.
Tem a doutora Patrícia, também gente competente
Ta na área da saúde, ajuda gente carente
Tanto cuida da fazenda, como ajudando os doentes.
18
Em Pilar e São Miguel, é uma só região
De vaquejada arrojada, de touro e de alazão
De peão conquistador, de vaqueiro bom na mão
Tanto faz derrubar boi, como ganhar coração.
Itatuba e Natuba, quem anda por lá conhece
Vaquejada nessa área, o vaqueiro não padece
É tanta mulher bonita, que você do mundo esquece
Enquanto mais se namora, é que mulher aparece!
Sou filho de uma cidade, que se chama Itabaiana
No vale Paraíba, é rainha e tem fama
Vaqueiro que vive nela, assovia e chupa cana
Se beber de sua água, tem sorte e ganha grana.
ABOIOS DIVERSOS
Diz o nono mandamento, não olhai mulher alheia
Então Jesus me perdoe, pra mim a coisa estar feia
De pecado meu Senhor, a minha alma estar cheia
Ou eu vou para o inferno, ou eu vou para cadeia
Quando eu vou pra vaquejada, eu só não desejo as feias!
Meu esporte predileto, é andar atrás do gado
Montar em cavalo bom, conhecer todo cercado
Dormir numa rede boa, com uma morena de lado
Se a rede arrebentar, no chão eu dou o recado.
03
Dedé Tavares é amigo, que também gosta do gado
Onde tiver touro bravo, por ele é vacinado
Pode o boi tá fumaçando, ele entra no cercado.
Ando pelo mundo afora, ando jogado ao léu
Minha casa é uma rede, o cavalo é meu chapéu
Mas vivo muito feliz, de que algum coronel
Que é cheio de pecado, vive no banco de réu.
Um dia eu fui ao um velório, pras banda de Catanduva
O defunto tinha gado e uma fazenda de uva
Eu passei a noite inteira, paquerando a viúva.
Sem o aboio do vaqueiro, o gado fica acuado
A mata fica mais triste, o sol mais avermelhado
É sinal que não vem chuva, para abastecer o gado.
Minha prima se casou, com um rico fazendeiro
Tinha carro importado, era cheia de dinheiro
Mas quando ele morreu, foi viver com um vaqueiro
Tomou tudo o que ela tinha, ainda botou um puteiro.
Meu avô foi um vaqueiro, afamado no sertão
Viajou com padre Cícero, conheceu frei Damião
Lutou com os cangaceiros, botou chifre em Lampião.
Meu pomar tem toda fruta, tem de todo vegetal
Tem fulô, tem bugarí, tem pé de canavial
Só não tem aquela fruta, que cheira a bacalhau.
04
MORADIA DO PATRÃO
O oitão da minha casa ele é todo varandado
O curral é bem em frente à vaquejada é ao lado
No dia de vaquejada, fico bem acomodado
Deitado em minha rede e vendo a queda do gado.
Da minha varanda eu vejo, a poeira levantar
O boi sai em disparada, pro bate-esteira enrabar
O parceiro que é valente, fala esse já se foi
O locutor fica rouco de gritar “valeu o boi”!
Da minha varanda eu vejo, muita coisa engraçada
Vi dois vaqueiros chorando pela mesma namorada
Com o primeiro ela casou, com segundo, era amigado
Ela tava com o terceiro, na garupa do cavalo.
Da minha varanda eu vejo, forró amanhecer o dia
Sanfoneiro toca o fole, no terreiro o cancão pia
O aboiador cantando, verso pra sua Maria
Não há dinheiro que pague, esta minha moradia,
Tem quatro coisa no mundo, que meu coração palpita
Um carro pra passear, e uma mulher bonita
Que chova em meu roçado, e que não falte birita.
Tem quatro coisa no mundo, que meu coração não quer
Um bate-esteira fuleiro, mulher feia com chulé
De cabra que é velhaco, passar xêxo em cabaré.
17
Canário canta bonito, mas não é compositor
Galo canta à meia noite, porque o dia chegou
Eu só canto de manhã, pra acordar meu amor.
Eu nasci na Paraíba, mas conheço o mundo a fundo
Já andei de Norte a Sul, dei pernada em vagabundo
Nunca matei e nem roubei, mas já fiz tudo no mundo.
Pra fazer esse cordel, andei mais de trinta légua
Visitando vaquejada, bebendo e tangendo égua
Amansando corno brabo, e dançando música brega.
Vaqueiro gosta de festa, de forró e putaria
Gosta de morena boa, que tem a pele macia
Pra ter essa regalia, tem que rezar todo dia.
Carne de pescoço é dura, chifre de corno não fura
Mulher é como pudim, só presta com cobertura
A coisa pior do mundo é beber cachaça pura.
Vaqueiro faz tanta coisa, que até Jesus duvida
Desafia a gravidade, para tudo tem saída
Mas quer ver ele bufando, diga que faltou bebida!
O Maurício das Unidas, que também do ramo entende
Ele não é boiadeiro, mas de gado compreende
Se derem um cavalo a ele, o vaqueiro ele defende.
16
Conheci uma menina, nas quebradas do sertão
Ela era muito rica, era filha de patrão
Mas ela não me deu bola, porque eu era peão
Quando viu minha macaca, conquistei-lha o coração.
Fui embora pra São Paulo, no instante eu vim embora
Deu saudade do meu jegue e do meu par de espora
Quero viver no meu pasto, sem viver pedindo esmola.
Você ir à vaquejada, é mesmo uma tentação
Tem mulher loira e morena, de sacudir coração
Mas só visam o cavalo, e a chibata do peão.
Pode se acabar o mundo, que não eu não tô nem ai
Só não quero que me falte, vaca de leite e capim
E uma boa morena, pra fazer carinho em mim.
Na hora que eu nasci, o meu pai deu-me um acocho
Para ver se eu era macho, ou se agüentava arrocho
Respondeu pra minha mãe, esse ai vai ser vaqueiro
Porque tem nó na garganta, ainda tem aquilo roxo!
Na fazenda eu nasci, no curral eu fui criado
Bebendo leite de vaca, comendo tembú assado
Entrando de mato adentro, pra buscar boi acuado
Não me formei na escola, pra puxar boi sou formado.
Uma vez eu namorei, a filha de um delegado
Para Agradar o sogro, disse-lhe que era formado
Soube que eu era peão, acabou o meu noivado
Quem vive em vida de gado, é cabra desmantelado.
Pra ser um peão valente, tem que ter disposição
Tirar leite de uma onça, pegar cobra com a mão
Pular arame farpado e botar o boi no chão
Paquerar com mulher feia e namorar sapatão.
Lá pras bandas do sertão, encontrei varias donzelas
Uma com a saia azul, outra com saia amarela
A com a saia vermelha, o touro cismou com ela
Chifrou ela por debaixo, levantou a saia dela
Quando viu a cara preta, disparou numa banguela.
Se o mar fosse cachaça, eu seria uma baleia
Se o sertão fosse mar, eu seria uma sereia
Para cantar pros vaqueiros e dar o rabo de meia.
Tem vaqueiro em vaquejada, que tem mais de três mulher
Dar conta de todas elas, faz tudo que elas quer
Ainda não se conforma, vai dormir no cabaré.
Vaquejada e forró, são como carne e uma unha
Se não existissem os dois, não dava tesão nenhuma
Se resolvessem casar, eu seria a testemunha.
06
Minha gente eu vou pro céu, já paguei todos pecados
Já sofri muito na terra, já comprei muito fiado
Já fui preso sete vezes, por causa do meu cunhado
Sou vaqueiro sofredor, São Pedro abre o cadeado.
Tem três coisa nessa vida, que meu coração odeia
É de cavalo manhoso, corno manso e mulher feia
Pior do que tudo isso, só se for uma cadeia
Ou gato do rabo fino, pra você criar de meia.
Pode juntar dez Pelé, dez Kaká, o satanás!
Pode fazer mil gols, não faz o que a loira faz
Ela quando ta na área, todo mundo corre atrás
Dá drible de todo jeito, o pau do bandeira cai
Imagina essa loira, jogando com duas bolas,
Quantos gols ela faz!
A mulher quando é bonita, ela é cheia de manha
Pra jogar o seu veneno, é pior do que aranha
Deixa o rico sem dinheiro, e o pobre sem vergonha.
Eu sou como o beija-flor, fico parado no ar
Fico observando tudo, para eu poder posar
Eu só boto o meu bico, na mulher que mais cheirar.
A cachaça quando é boa, não queima nem a garganta
O touro quando é ferrenho, até a vaca se espanta
O peão quando é ruim, só presta pra levar ponta.
15
Fui morar na capital, eu estranhei a comida
Feijão preto no almoço, no jantar e na dormida
Vou voltar pra minha terra comer buchada fervida
Galinha de cabidela, comer rola na bebida.
Vaquejada e futebol, dois esporte de emoção
Um é jogado com pé, outro é puxado na mão
No gramado ou na pista, é a mesma explosão
Quando a bola ta na rede, ou o touro cai no chão.
A loira quando é bonita, todo homem se agrada
Mas quando a danada é feia, é difícil uma casada,
Quando não é piniqueira, vai pro cabo da enxada.
Casamento de vaqueiro, é uma noite comprida
A moça arruma as malas, faz a sua despedida
Durante a lua de mel, já estar arrependida.
O vaqueiro aboiador, na caatinga é um doutor
Além de tombar o gado, ainda é cantador
No cavalo é um maestro, na garganta é um tenor.
Essa guerra do cavalo e do boi nunca tem fim
Começa pela ganância, que eles tem pelo capim
A vantagem é que o cavalo, nunca vai virar cupim.
Gosto muito de cerveja, filé, picanha, e bisteca
Mas a coisa que eu mais gosto, é carne de perereca
Pode ser de todo jeito, assada, crua ou careca!
14
A mulher toca o vaqueiro, o vaqueiro toca a boiada
A boiada toca o cavalo, dessa gente apaixonada
Que passa a noite correndo nessa lua empoeirada
Cantando em prosa e versos, à mulher apaixonada.
O que mais gosto na vida, digo sem medo de errar
É beijar boca de moça, até o beiço arriar
Tocar berrante e versar, num cavalo bom montar
Ir pra festa em vaquejada, por que lá e o meu lugar.
Cavalo para ser forte, tem que ser um garanhão
O touro para ser valente, derruba o peão no chão
Vaquejada pra ser boa, tem que ter boi no mourão,
Tem que ter mulher bonita, para laçar coração.
Morena não cheire a rosa, que o cravo é mais cheiroso
Para quer beijar no rosto, se na boca é mais gostoso
Beijo é como pirulito, quanto mais lambe é pegajoso
Mas beijo em mulher casada, ser der é mais perigoso.
Minha botina é de sola o meu chapéu é de couro
Minha espora é de prata minha fivela é de ouro
Vaquejada que eu mais gosto é quando tem muito touro
E mulher pra ser bonita tem que ter cabelo loiro.
Se mulher fosse dinheiro saia pedindo esmola
E se chovesse mulher aparava na sacola
A loira a água levou a morena foi embora
Só me restou nessa vida forró, cachaça e viola
07
Onde tem muita carniça, também tem muito urubu
Onde tem buraco fundo, também tem muito tatu
Onde tem mulher bonita, tem cachaça e tem caju
É a dupla que vaqueiro, mais gosta de Norte a Sul.
Camaleão come cobra, cobra come a lacraia
Quando o boi não cai no chão, a galera dana vaia
E vaqueiro responde ainda dentro da raia
O bicho que eu mais gosto vive debaixo da saia.
Da morena eu quero um beijo, da loira quero um abraço
Para ficar com as duas, eu amarro com o laço
Boto as duas na balança, pra não haver embaraço
Se quiser ficar comigo, numa noite só eu traço.
Só bebo fundo de copo, quando vou pra vaquejada
E vejo no fundo dele, a foto de minha amada
Se eu parar de beber, ela não vai ser lembrada
Se for pra não esquecê-la, vou levar a vida errada.
Andei mais de trinta léguas, no lombo de um gambá
Sapateei na floresta, fiz poeira levantar
Sou filho de gavião, e neto de sabiá
Todo boi do rabo curto, eu consegui derrubar
Pulei arame farpado, sem o gibão arranhar.
08
Esse olhar de cascavel, termino apaixonado
Acabo sem meu juízo, esqueço que sou casado
Minha mulher fica só e você vai do meu lado.
Mulher é bicho danado, faz xixi sem por a mão
Que nem égua quando mija, fura um buraco no chão
Da rolinha eu tiro a pena, da galinha o canhão
Da morena eu tiro a roupa, e deito ela no chão.
Cavalo eu puxo no toco, boi eu puxo no mourão
Valente eu puxo na perna, mulher eu puxo na mão
Boi eu puxo pelo rabo, pode fazer coleção
Quem não quiser ser puxado, não brinque comigo não!
Já fiz coisa nesse mundo, que estou cheio de pecado
Já roubei moça donzela, vi o sol nascer quadrado
Botei cangalha em jumento, tirei couro de veado
Vivo hoje endividado, foi essa vida de gado!
Menina casa comigo, que você não passa fome
De dia tu come cobra de noite a cobra te come
Carne de cobra é difícil, no instante ela some.
Sonhei que tava correndo, num cavalo alazão
Todo boi que aparecia, botava ele no chão
Se sonho fosse real, era um grande campeão,
Porque na realidade só sei tomar alcatrão!
13
Casa de palha se queima, casa de tijolo cai,
Casa de madeira afunda, em casa eu não moro mais
Vou viver como vaqueiro, dando aboio nos currais
E sentar praça na zona, porque mulher tem demais.
Logo de manha cedinho, o boi vai pro arvoredo
Vou levando ele no laço, pra mim ele é meu brinquedo
E o patrão fica bravo, quando ver o meu enredo
Não sou eu que durmo tarde, é o sol que nasce cedo.
De dia eu planto o milho, de tarde eu vendo pipoca
De noite eu compro a farinha, pra fazer a tapioca
Mulher que dorme comigo, bota de molho a mandioca,
Morena se eu ganhasse, no jogo uma bolada
Uma homenagem a todos os simpatizantes de aboio e vaquejada.
No vale do Paraíba, vaquejada é tradição
De todo canto vem gado, vem vaqueiro e alazão
Vem mulher de toda raça de sacudir coração
Se você for bom naquilo, não sai mais da região.
Vaquejada popular, é pras banda do Cajá
Quem for a primeira vez, nunca deixa de ir lá
Terra de mulher bonita, do peão se apaixonar
Em época de vaquejada, Santo Antônio anda por lá.
Eu fui à Juripiranga, pra vaquejada de lá
Um touro se envenenou, ninguém conseguiu puxar
Vaqueiro em Juripiranga, só sabe o copo virar
Mas depois que ele vira, o touro vira um preá.
São José tem vaquejada, tem aboio e tem vaqueiro
Tem tradição na viola, lá é um lugar festeiro
Terra de Manoel Xudú, seu maior cancioneiro
Em toda essa região, ele foi o pioneiro.
Vaquejada em Itabaiana, só me lembro dos Duré
No vale do Paraíba, era meio mundo de Mé
Par de vaqueiro afamado, era Janjão e Zezé
Era quase uma semana de queda e arrasta-pé.
Vaquejada em Gurinhém, o vaqueiro se dar bem
É tanta mulher bonita, ninguém sabe donde vem
Mas se você der bobeira, levam a sua também!
01
Vaquejada em Mogeiro, já é tradicional
Tem um parque confortável, o ambiente é legal
Parque Aderaldo Gonçalves, em homegam a Lau
Que deixou muitas saudades do Sertão ao Litoral.
Vaquejada no Ingá, todo peão vai pra lá
A festa começa cedo, não tem hora pra acabar
Enquanto tiver cachaça, ninguém para de tomar
E tem Itaquatiara, pro turista visitar.
Vaquejada em Umbuzeiro, coitado do sanfoneiro
Toca a noite todinha, e rola o dia inteiro
O boi correndo na pista, e o forró no terreiro
E o mulherio montando, na garupa do vaqueiro.
Vaquejada em Sapé, é a mais que tem mulher
Ruiva, loira, e morena, só se ver mulher filé
Se tiver alguma feia, ninguém olha ninguém quer
Quem ganhar mulher bonita, o urso pega no pé.
Vaquejada em Salgado, o vaqueiro é gozado
Arruma um parceiro fraco, para derrubar o gado
Chega em último lugar, e ainda é premiado
Depois sai com medalhão, no pescoço pendurado.
Vaquejada em Juarez, eu também passei por lá
Vi cavalo na espora, vi poeira levantar
Vi o dia amanhecer, vi o sol amarelar
Eu vi a lua nascer, depois vi ela minguar
Vi o céu desestrelando, nada de ninguém parar!
Eu nasci em Itabaiana, cidade bela e sadia
Amansando burro bravo, tomando cerveja fria
Narrando festa de gado, e caindo na folia
Dinheiro eu ganho pouco, mas levo a vida sadia.
Para quem não me conhece, eu vou me apresentar
Me chamo Orlando Otávio, sou filho desse lugar
Não sou filho de vaqueiro, mas ele me faz cantar
Sua vida e seu trabalho, é fácil de se inspirar
Porque a vida de gado, é a melhor de contar.
Não abóio de improviso, mas no lápis eu sou o cão
Quando eu pego no papel, entra logo inspiração
Com Galego Aboiador, entro na competição.
Em salgado de São Felix, eu conheci um doutor
Dono de uma fazenda, um verdadeiro senhor
Ele é da vida de gado, merece o nosso louvor.
Chama-se doutor Audário, do vaqueiro é defensor.
Na fazenda Santa Cruz, fui um dia passear
Gostei da recepção, o seu dono é popular
Sabe fazer amizade e sabe o boi derrubar.
Tem a doutora Patrícia, também gente competente
Ta na área da saúde, ajuda gente carente
Tanto cuida da fazenda, como ajudando os doentes.
18
Em Pilar e São Miguel, é uma só região
De vaquejada arrojada, de touro e de alazão
De peão conquistador, de vaqueiro bom na mão
Tanto faz derrubar boi, como ganhar coração.
Itatuba e Natuba, quem anda por lá conhece
Vaquejada nessa área, o vaqueiro não padece
É tanta mulher bonita, que você do mundo esquece
Enquanto mais se namora, é que mulher aparece!
Sou filho de uma cidade, que se chama Itabaiana
No vale Paraíba, é rainha e tem fama
Vaqueiro que vive nela, assovia e chupa cana
Se beber de sua água, tem sorte e ganha grana.
ABOIOS DIVERSOS
Diz o nono mandamento, não olhai mulher alheia
Então Jesus me perdoe, pra mim a coisa estar feia
De pecado meu Senhor, a minha alma estar cheia
Ou eu vou para o inferno, ou eu vou para cadeia
Quando eu vou pra vaquejada, eu só não desejo as feias!
Meu esporte predileto, é andar atrás do gado
Montar em cavalo bom, conhecer todo cercado
Dormir numa rede boa, com uma morena de lado
Se a rede arrebentar, no chão eu dou o recado.
03
Dedé Tavares é amigo, que também gosta do gado
Onde tiver touro bravo, por ele é vacinado
Pode o boi tá fumaçando, ele entra no cercado.
Ando pelo mundo afora, ando jogado ao léu
Minha casa é uma rede, o cavalo é meu chapéu
Mas vivo muito feliz, de que algum coronel
Que é cheio de pecado, vive no banco de réu.
Um dia eu fui ao um velório, pras banda de Catanduva
O defunto tinha gado e uma fazenda de uva
Eu passei a noite inteira, paquerando a viúva.
Sem o aboio do vaqueiro, o gado fica acuado
A mata fica mais triste, o sol mais avermelhado
É sinal que não vem chuva, para abastecer o gado.
Minha prima se casou, com um rico fazendeiro
Tinha carro importado, era cheia de dinheiro
Mas quando ele morreu, foi viver com um vaqueiro
Tomou tudo o que ela tinha, ainda botou um puteiro.
Meu avô foi um vaqueiro, afamado no sertão
Viajou com padre Cícero, conheceu frei Damião
Lutou com os cangaceiros, botou chifre em Lampião.
Meu pomar tem toda fruta, tem de todo vegetal
Tem fulô, tem bugarí, tem pé de canavial
Só não tem aquela fruta, que cheira a bacalhau.
04
MORADIA DO PATRÃO
O oitão da minha casa ele é todo varandado
O curral é bem em frente à vaquejada é ao lado
No dia de vaquejada, fico bem acomodado
Deitado em minha rede e vendo a queda do gado.
Da minha varanda eu vejo, a poeira levantar
O boi sai em disparada, pro bate-esteira enrabar
O parceiro que é valente, fala esse já se foi
O locutor fica rouco de gritar “valeu o boi”!
Da minha varanda eu vejo, muita coisa engraçada
Vi dois vaqueiros chorando pela mesma namorada
Com o primeiro ela casou, com segundo, era amigado
Ela tava com o terceiro, na garupa do cavalo.
Da minha varanda eu vejo, forró amanhecer o dia
Sanfoneiro toca o fole, no terreiro o cancão pia
O aboiador cantando, verso pra sua Maria
Não há dinheiro que pague, esta minha moradia,
Tem quatro coisa no mundo, que meu coração palpita
Um carro pra passear, e uma mulher bonita
Que chova em meu roçado, e que não falte birita.
Tem quatro coisa no mundo, que meu coração não quer
Um bate-esteira fuleiro, mulher feia com chulé
De cabra que é velhaco, passar xêxo em cabaré.
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Canário canta bonito, mas não é compositor
Galo canta à meia noite, porque o dia chegou
Eu só canto de manhã, pra acordar meu amor.
Eu nasci na Paraíba, mas conheço o mundo a fundo
Já andei de Norte a Sul, dei pernada em vagabundo
Nunca matei e nem roubei, mas já fiz tudo no mundo.
Pra fazer esse cordel, andei mais de trinta légua
Visitando vaquejada, bebendo e tangendo égua
Amansando corno brabo, e dançando música brega.
Vaqueiro gosta de festa, de forró e putaria
Gosta de morena boa, que tem a pele macia
Pra ter essa regalia, tem que rezar todo dia.
Carne de pescoço é dura, chifre de corno não fura
Mulher é como pudim, só presta com cobertura
A coisa pior do mundo é beber cachaça pura.
Vaqueiro faz tanta coisa, que até Jesus duvida
Desafia a gravidade, para tudo tem saída
Mas quer ver ele bufando, diga que faltou bebida!
O Maurício das Unidas, que também do ramo entende
Ele não é boiadeiro, mas de gado compreende
Se derem um cavalo a ele, o vaqueiro ele defende.
16
Conheci uma menina, nas quebradas do sertão
Ela era muito rica, era filha de patrão
Mas ela não me deu bola, porque eu era peão
Quando viu minha macaca, conquistei-lha o coração.
Fui embora pra São Paulo, no instante eu vim embora
Deu saudade do meu jegue e do meu par de espora
Quero viver no meu pasto, sem viver pedindo esmola.
Você ir à vaquejada, é mesmo uma tentação
Tem mulher loira e morena, de sacudir coração
Mas só visam o cavalo, e a chibata do peão.
Pode se acabar o mundo, que não eu não tô nem ai
Só não quero que me falte, vaca de leite e capim
E uma boa morena, pra fazer carinho em mim.
Na hora que eu nasci, o meu pai deu-me um acocho
Para ver se eu era macho, ou se agüentava arrocho
Respondeu pra minha mãe, esse ai vai ser vaqueiro
Porque tem nó na garganta, ainda tem aquilo roxo!
Na fazenda eu nasci, no curral eu fui criado
Bebendo leite de vaca, comendo tembú assado
Entrando de mato adentro, pra buscar boi acuado
Não me formei na escola, pra puxar boi sou formado.
Uma vez eu namorei, a filha de um delegado
Para Agradar o sogro, disse-lhe que era formado
Soube que eu era peão, acabou o meu noivado
Quem vive em vida de gado, é cabra desmantelado.
Pra ser um peão valente, tem que ter disposição
Tirar leite de uma onça, pegar cobra com a mão
Pular arame farpado e botar o boi no chão
Paquerar com mulher feia e namorar sapatão.
Lá pras bandas do sertão, encontrei varias donzelas
Uma com a saia azul, outra com saia amarela
A com a saia vermelha, o touro cismou com ela
Chifrou ela por debaixo, levantou a saia dela
Quando viu a cara preta, disparou numa banguela.
Se o mar fosse cachaça, eu seria uma baleia
Se o sertão fosse mar, eu seria uma sereia
Para cantar pros vaqueiros e dar o rabo de meia.
Tem vaqueiro em vaquejada, que tem mais de três mulher
Dar conta de todas elas, faz tudo que elas quer
Ainda não se conforma, vai dormir no cabaré.
Vaquejada e forró, são como carne e uma unha
Se não existissem os dois, não dava tesão nenhuma
Se resolvessem casar, eu seria a testemunha.
06
Minha gente eu vou pro céu, já paguei todos pecados
Já sofri muito na terra, já comprei muito fiado
Já fui preso sete vezes, por causa do meu cunhado
Sou vaqueiro sofredor, São Pedro abre o cadeado.
Tem três coisa nessa vida, que meu coração odeia
É de cavalo manhoso, corno manso e mulher feia
Pior do que tudo isso, só se for uma cadeia
Ou gato do rabo fino, pra você criar de meia.
Pode juntar dez Pelé, dez Kaká, o satanás!
Pode fazer mil gols, não faz o que a loira faz
Ela quando ta na área, todo mundo corre atrás
Dá drible de todo jeito, o pau do bandeira cai
Imagina essa loira, jogando com duas bolas,
Quantos gols ela faz!
A mulher quando é bonita, ela é cheia de manha
Pra jogar o seu veneno, é pior do que aranha
Deixa o rico sem dinheiro, e o pobre sem vergonha.
Eu sou como o beija-flor, fico parado no ar
Fico observando tudo, para eu poder posar
Eu só boto o meu bico, na mulher que mais cheirar.
A cachaça quando é boa, não queima nem a garganta
O touro quando é ferrenho, até a vaca se espanta
O peão quando é ruim, só presta pra levar ponta.
15
Fui morar na capital, eu estranhei a comida
Feijão preto no almoço, no jantar e na dormida
Vou voltar pra minha terra comer buchada fervida
Galinha de cabidela, comer rola na bebida.
Vaquejada e futebol, dois esporte de emoção
Um é jogado com pé, outro é puxado na mão
No gramado ou na pista, é a mesma explosão
Quando a bola ta na rede, ou o touro cai no chão.
A loira quando é bonita, todo homem se agrada
Mas quando a danada é feia, é difícil uma casada,
Quando não é piniqueira, vai pro cabo da enxada.
Casamento de vaqueiro, é uma noite comprida
A moça arruma as malas, faz a sua despedida
Durante a lua de mel, já estar arrependida.
O vaqueiro aboiador, na caatinga é um doutor
Além de tombar o gado, ainda é cantador
No cavalo é um maestro, na garganta é um tenor.
Essa guerra do cavalo e do boi nunca tem fim
Começa pela ganância, que eles tem pelo capim
A vantagem é que o cavalo, nunca vai virar cupim.
Gosto muito de cerveja, filé, picanha, e bisteca
Mas a coisa que eu mais gosto, é carne de perereca
Pode ser de todo jeito, assada, crua ou careca!
14
A mulher toca o vaqueiro, o vaqueiro toca a boiada
A boiada toca o cavalo, dessa gente apaixonada
Que passa a noite correndo nessa lua empoeirada
Cantando em prosa e versos, à mulher apaixonada.
O que mais gosto na vida, digo sem medo de errar
É beijar boca de moça, até o beiço arriar
Tocar berrante e versar, num cavalo bom montar
Ir pra festa em vaquejada, por que lá e o meu lugar.
Cavalo para ser forte, tem que ser um garanhão
O touro para ser valente, derruba o peão no chão
Vaquejada pra ser boa, tem que ter boi no mourão,
Tem que ter mulher bonita, para laçar coração.
Morena não cheire a rosa, que o cravo é mais cheiroso
Para quer beijar no rosto, se na boca é mais gostoso
Beijo é como pirulito, quanto mais lambe é pegajoso
Mas beijo em mulher casada, ser der é mais perigoso.
Minha botina é de sola o meu chapéu é de couro
Minha espora é de prata minha fivela é de ouro
Vaquejada que eu mais gosto é quando tem muito touro
E mulher pra ser bonita tem que ter cabelo loiro.
Se mulher fosse dinheiro saia pedindo esmola
E se chovesse mulher aparava na sacola
A loira a água levou a morena foi embora
Só me restou nessa vida forró, cachaça e viola
07
Onde tem muita carniça, também tem muito urubu
Onde tem buraco fundo, também tem muito tatu
Onde tem mulher bonita, tem cachaça e tem caju
É a dupla que vaqueiro, mais gosta de Norte a Sul.
Camaleão come cobra, cobra come a lacraia
Quando o boi não cai no chão, a galera dana vaia
E vaqueiro responde ainda dentro da raia
O bicho que eu mais gosto vive debaixo da saia.
Da morena eu quero um beijo, da loira quero um abraço
Para ficar com as duas, eu amarro com o laço
Boto as duas na balança, pra não haver embaraço
Se quiser ficar comigo, numa noite só eu traço.
Só bebo fundo de copo, quando vou pra vaquejada
E vejo no fundo dele, a foto de minha amada
Se eu parar de beber, ela não vai ser lembrada
Se for pra não esquecê-la, vou levar a vida errada.
Andei mais de trinta léguas, no lombo de um gambá
Sapateei na floresta, fiz poeira levantar
Sou filho de gavião, e neto de sabiá
Todo boi do rabo curto, eu consegui derrubar
Pulei arame farpado, sem o gibão arranhar.
08
Esse olhar de cascavel, termino apaixonado
Acabo sem meu juízo, esqueço que sou casado
Minha mulher fica só e você vai do meu lado.
Mulher é bicho danado, faz xixi sem por a mão
Que nem égua quando mija, fura um buraco no chão
Da rolinha eu tiro a pena, da galinha o canhão
Da morena eu tiro a roupa, e deito ela no chão.
Cavalo eu puxo no toco, boi eu puxo no mourão
Valente eu puxo na perna, mulher eu puxo na mão
Boi eu puxo pelo rabo, pode fazer coleção
Quem não quiser ser puxado, não brinque comigo não!
Já fiz coisa nesse mundo, que estou cheio de pecado
Já roubei moça donzela, vi o sol nascer quadrado
Botei cangalha em jumento, tirei couro de veado
Vivo hoje endividado, foi essa vida de gado!
Menina casa comigo, que você não passa fome
De dia tu come cobra de noite a cobra te come
Carne de cobra é difícil, no instante ela some.
Sonhei que tava correndo, num cavalo alazão
Todo boi que aparecia, botava ele no chão
Se sonho fosse real, era um grande campeão,
Porque na realidade só sei tomar alcatrão!
13
Casa de palha se queima, casa de tijolo cai,
Casa de madeira afunda, em casa eu não moro mais
Vou viver como vaqueiro, dando aboio nos currais
E sentar praça na zona, porque mulher tem demais.
Logo de manha cedinho, o boi vai pro arvoredo
Vou levando ele no laço, pra mim ele é meu brinquedo
E o patrão fica bravo, quando ver o meu enredo
Não sou eu que durmo tarde, é o sol que nasce cedo.
De dia eu planto o milho, de tarde eu vendo pipoca
De noite eu compro a farinha, pra fazer a tapioca
Mulher que dorme comigo, bota de molho a mandioca,
Morena se eu ganhasse, no jogo uma bolada
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