CD DE ORLANDO ÓTAVIO

Orlando Otávio / Canta Poesia

ACRÔSTICO DO POETA ITABAIANENSE Orlando Otávio


ORLANDO OTÁVIO

Filho natural de Campo Grande, Distrito de Itabaiana-PB. Filho de Odilon Otávio de Oliveira e Maria Francisca da Silva, primo legítimo do Maestro Sivuca.

Escreveu seu primeiro livro relembrando a festa da Conceição nos anos sessenta, homenageando os personagens daquela época.

Intitulado: “A PRIMEIRA VEZ QUE EU FUI À RUA”.

Escreveu um cordel homenageando sua terra – Campo Grande e seu povo. Chamado “O CORDEL DE CAMPO GRANDE”.

Também escreveu o cordel: “ABOIO DE VAQUEJADA NO VALE DO PARAÍBA” Gravou o CD do Terço dos Homens, com 12 músicas de sua autoria.

Gravou um CD com a participação do compositor Arácilio Araújo, também filho de Itabaiana. Com músicas alusivas á nossa terra.

Participou do Forró Fest, pela 9ª (nona) vez inclusive este ano. Festival este promovido pela TV Cabo Branco.

Participou ultimamente do “I FESTIVAL DE MÚSICA POPULAR EM POMBAL-PB”, sendo a sua música classificada entre as 12 melhores.

E ultimamente está escrevendo um livro intitulado “ITABAIANA, SEUS VALORES E SEUS AMORES”; livro este, onde resgata todos os filhos ilustres de Itabaiana.

Aboios de Vaquejadas

VAQUEJADA NO VALE DO PARAÍBA

Uma homenagem a todos os simpatizantes de aboio e vaquejada.


No vale do Paraíba, vaquejada é tradição

De todo canto vem gado, vem vaqueiro e alazão

Vem mulher de toda raça de sacudir coração

Se você for bom naquilo, não sai mais da região.



Vaquejada popular, é pras banda do Cajá

Quem for a primeira vez, nunca deixa de ir lá

Terra de mulher bonita, do peão se apaixonar

Em época de vaquejada, Santo Antônio anda por lá.



Eu fui à Juripiranga, pra vaquejada de lá

Um touro se envenenou, ninguém conseguiu puxar

Vaqueiro em Juripiranga, só sabe o copo virar

Mas depois que ele vira, o touro vira um preá.



São José tem vaquejada, tem aboio e tem vaqueiro

Tem tradição na viola, lá é um lugar festeiro

Terra de Manoel Xudú, seu maior cancioneiro

Em toda essa região, ele foi o pioneiro.



Vaquejada em Itabaiana, só me lembro dos Duré

No vale do Paraíba, era meio mundo de Mé

Par de vaqueiro afamado, era Janjão e Zezé

Era quase uma semana de queda e arrasta-pé.



Vaquejada em Gurinhém, o vaqueiro se dar bem

É tanta mulher bonita, ninguém sabe donde vem

Mas se você der bobeira, levam a sua também!



01

Vaquejada em Mogeiro, já é tradicional

Tem um parque confortável, o ambiente é legal

Parque Aderaldo Gonçalves, em homegam a Lau

Que deixou muitas saudades do Sertão ao Litoral.



Vaquejada no Ingá, todo peão vai pra lá

A festa começa cedo, não tem hora pra acabar

Enquanto tiver cachaça, ninguém para de tomar

E tem Itaquatiara, pro turista visitar.



Vaquejada em Umbuzeiro, coitado do sanfoneiro

Toca a noite todinha, e rola o dia inteiro

O boi correndo na pista, e o forró no terreiro

E o mulherio montando, na garupa do vaqueiro.



Vaquejada em Sapé, é a mais que tem mulher

Ruiva, loira, e morena, só se ver mulher filé

Se tiver alguma feia, ninguém olha ninguém quer

Quem ganhar mulher bonita, o urso pega no pé.



Vaquejada em Salgado, o vaqueiro é gozado

Arruma um parceiro fraco, para derrubar o gado

Chega em último lugar, e ainda é premiado

Depois sai com medalhão, no pescoço pendurado.



Vaquejada em Juarez, eu também passei por lá

Vi cavalo na espora, vi poeira levantar

Vi o dia amanhecer, vi o sol amarelar

Eu vi a lua nascer, depois vi ela minguar

Vi o céu desestrelando, nada de ninguém parar!


Eu nasci em Itabaiana, cidade bela e sadia

Amansando burro bravo, tomando cerveja fria

Narrando festa de gado, e caindo na folia

Dinheiro eu ganho pouco, mas levo a vida sadia.



Para quem não me conhece, eu vou me apresentar

Me chamo Orlando Otávio, sou filho desse lugar

Não sou filho de vaqueiro, mas ele me faz cantar

Sua vida e seu trabalho, é fácil de se inspirar

Porque a vida de gado, é a melhor de contar.



Não abóio de improviso, mas no lápis eu sou o cão

Quando eu pego no papel, entra logo inspiração

Com Galego Aboiador, entro na competição.



Em salgado de São Felix, eu conheci um doutor

Dono de uma fazenda, um verdadeiro senhor

Ele é da vida de gado, merece o nosso louvor.

Chama-se doutor Audário, do vaqueiro é defensor.



Na fazenda Santa Cruz, fui um dia passear

Gostei da recepção, o seu dono é popular

Sabe fazer amizade e sabe o boi derrubar.



Tem a doutora Patrícia, também gente competente

Ta na área da saúde, ajuda gente carente

Tanto cuida da fazenda, como ajudando os doentes.





18



Em Pilar e São Miguel, é uma só região

De vaquejada arrojada, de touro e de alazão

De peão conquistador, de vaqueiro bom na mão

Tanto faz derrubar boi, como ganhar coração.



Itatuba e Natuba, quem anda por lá conhece

Vaquejada nessa área, o vaqueiro não padece

É tanta mulher bonita, que você do mundo esquece

Enquanto mais se namora, é que mulher aparece!



Sou filho de uma cidade, que se chama Itabaiana

No vale Paraíba, é rainha e tem fama

Vaqueiro que vive nela, assovia e chupa cana

Se beber de sua água, tem sorte e ganha grana.



ABOIOS DIVERSOS



Diz o nono mandamento, não olhai mulher alheia

Então Jesus me perdoe, pra mim a coisa estar feia

De pecado meu Senhor, a minha alma estar cheia

Ou eu vou para o inferno, ou eu vou para cadeia

Quando eu vou pra vaquejada, eu só não desejo as feias!



Meu esporte predileto, é andar atrás do gado

Montar em cavalo bom, conhecer todo cercado

Dormir numa rede boa, com uma morena de lado

Se a rede arrebentar, no chão eu dou o recado.

03



Dedé Tavares é amigo, que também gosta do gado

Onde tiver touro bravo, por ele é vacinado

Pode o boi tá fumaçando, ele entra no cercado.



Ando pelo mundo afora, ando jogado ao léu

Minha casa é uma rede, o cavalo é meu chapéu

Mas vivo muito feliz, de que algum coronel

Que é cheio de pecado, vive no banco de réu.



Um dia eu fui ao um velório, pras banda de Catanduva

O defunto tinha gado e uma fazenda de uva

Eu passei a noite inteira, paquerando a viúva.



Sem o aboio do vaqueiro, o gado fica acuado

A mata fica mais triste, o sol mais avermelhado

É sinal que não vem chuva, para abastecer o gado.



Minha prima se casou, com um rico fazendeiro

Tinha carro importado, era cheia de dinheiro

Mas quando ele morreu, foi viver com um vaqueiro

Tomou tudo o que ela tinha, ainda botou um puteiro.



Meu avô foi um vaqueiro, afamado no sertão

Viajou com padre Cícero, conheceu frei Damião

Lutou com os cangaceiros, botou chifre em Lampião.



Meu pomar tem toda fruta, tem de todo vegetal

Tem fulô, tem bugarí, tem pé de canavial

Só não tem aquela fruta, que cheira a bacalhau.



04

MORADIA DO PATRÃO



O oitão da minha casa ele é todo varandado

O curral é bem em frente à vaquejada é ao lado

No dia de vaquejada, fico bem acomodado

Deitado em minha rede e vendo a queda do gado.



Da minha varanda eu vejo, a poeira levantar

O boi sai em disparada, pro bate-esteira enrabar

O parceiro que é valente, fala esse já se foi

O locutor fica rouco de gritar “valeu o boi”!



Da minha varanda eu vejo, muita coisa engraçada

Vi dois vaqueiros chorando pela mesma namorada

Com o primeiro ela casou, com segundo, era amigado

Ela tava com o terceiro, na garupa do cavalo.



Da minha varanda eu vejo, forró amanhecer o dia

Sanfoneiro toca o fole, no terreiro o cancão pia

O aboiador cantando, verso pra sua Maria

Não há dinheiro que pague, esta minha moradia,



Tem quatro coisa no mundo, que meu coração palpita

Um carro pra passear, e uma mulher bonita

Que chova em meu roçado, e que não falte birita.



Tem quatro coisa no mundo, que meu coração não quer

Um bate-esteira fuleiro, mulher feia com chulé

De cabra que é velhaco, passar xêxo em cabaré.



17



Canário canta bonito, mas não é compositor

Galo canta à meia noite, porque o dia chegou

Eu só canto de manhã, pra acordar meu amor.



Eu nasci na Paraíba, mas conheço o mundo a fundo

Já andei de Norte a Sul, dei pernada em vagabundo

Nunca matei e nem roubei, mas já fiz tudo no mundo.



Pra fazer esse cordel, andei mais de trinta légua

Visitando vaquejada, bebendo e tangendo égua

Amansando corno brabo, e dançando música brega.



Vaqueiro gosta de festa, de forró e putaria

Gosta de morena boa, que tem a pele macia

Pra ter essa regalia, tem que rezar todo dia.



Carne de pescoço é dura, chifre de corno não fura

Mulher é como pudim, só presta com cobertura

A coisa pior do mundo é beber cachaça pura.



Vaqueiro faz tanta coisa, que até Jesus duvida

Desafia a gravidade, para tudo tem saída

Mas quer ver ele bufando, diga que faltou bebida!



O Maurício das Unidas, que também do ramo entende

Ele não é boiadeiro, mas de gado compreende

Se derem um cavalo a ele, o vaqueiro ele defende.

16

Conheci uma menina, nas quebradas do sertão

Ela era muito rica, era filha de patrão

Mas ela não me deu bola, porque eu era peão

Quando viu minha macaca, conquistei-lha o coração.



Fui embora pra São Paulo, no instante eu vim embora

Deu saudade do meu jegue e do meu par de espora

Quero viver no meu pasto, sem viver pedindo esmola.



Você ir à vaquejada, é mesmo uma tentação

Tem mulher loira e morena, de sacudir coração

Mas só visam o cavalo, e a chibata do peão.



Pode se acabar o mundo, que não eu não tô nem ai

Só não quero que me falte, vaca de leite e capim

E uma boa morena, pra fazer carinho em mim.



Na hora que eu nasci, o meu pai deu-me um acocho

Para ver se eu era macho, ou se agüentava arrocho

Respondeu pra minha mãe, esse ai vai ser vaqueiro

Porque tem nó na garganta, ainda tem aquilo roxo!



Na fazenda eu nasci, no curral eu fui criado

Bebendo leite de vaca, comendo tembú assado

Entrando de mato adentro, pra buscar boi acuado

Não me formei na escola, pra puxar boi sou formado.

Uma vez eu namorei, a filha de um delegado

Para Agradar o sogro, disse-lhe que era formado

Soube que eu era peão, acabou o meu noivado

Quem vive em vida de gado, é cabra desmantelado.



Pra ser um peão valente, tem que ter disposição

Tirar leite de uma onça, pegar cobra com a mão

Pular arame farpado e botar o boi no chão

Paquerar com mulher feia e namorar sapatão.



Lá pras bandas do sertão, encontrei varias donzelas

Uma com a saia azul, outra com saia amarela

A com a saia vermelha, o touro cismou com ela

Chifrou ela por debaixo, levantou a saia dela

Quando viu a cara preta, disparou numa banguela.



Se o mar fosse cachaça, eu seria uma baleia

Se o sertão fosse mar, eu seria uma sereia

Para cantar pros vaqueiros e dar o rabo de meia.



Tem vaqueiro em vaquejada, que tem mais de três mulher

Dar conta de todas elas, faz tudo que elas quer

Ainda não se conforma, vai dormir no cabaré.



Vaquejada e forró, são como carne e uma unha

Se não existissem os dois, não dava tesão nenhuma

Se resolvessem casar, eu seria a testemunha.

06



Minha gente eu vou pro céu, já paguei todos pecados

Já sofri muito na terra, já comprei muito fiado

Já fui preso sete vezes, por causa do meu cunhado

Sou vaqueiro sofredor, São Pedro abre o cadeado.



Tem três coisa nessa vida, que meu coração odeia

É de cavalo manhoso, corno manso e mulher feia

Pior do que tudo isso, só se for uma cadeia

Ou gato do rabo fino, pra você criar de meia.



Pode juntar dez Pelé, dez Kaká, o satanás!

Pode fazer mil gols, não faz o que a loira faz

Ela quando ta na área, todo mundo corre atrás

Dá drible de todo jeito, o pau do bandeira cai

Imagina essa loira, jogando com duas bolas,

Quantos gols ela faz!



A mulher quando é bonita, ela é cheia de manha

Pra jogar o seu veneno, é pior do que aranha

Deixa o rico sem dinheiro, e o pobre sem vergonha.



Eu sou como o beija-flor, fico parado no ar

Fico observando tudo, para eu poder posar

Eu só boto o meu bico, na mulher que mais cheirar.



A cachaça quando é boa, não queima nem a garganta

O touro quando é ferrenho, até a vaca se espanta

O peão quando é ruim, só presta pra levar ponta.





15

Fui morar na capital, eu estranhei a comida

Feijão preto no almoço, no jantar e na dormida

Vou voltar pra minha terra comer buchada fervida

Galinha de cabidela, comer rola na bebida.



Vaquejada e futebol, dois esporte de emoção

Um é jogado com pé, outro é puxado na mão

No gramado ou na pista, é a mesma explosão

Quando a bola ta na rede, ou o touro cai no chão.



A loira quando é bonita, todo homem se agrada

Mas quando a danada é feia, é difícil uma casada,

Quando não é piniqueira, vai pro cabo da enxada.



Casamento de vaqueiro, é uma noite comprida

A moça arruma as malas, faz a sua despedida

Durante a lua de mel, já estar arrependida.



O vaqueiro aboiador, na caatinga é um doutor

Além de tombar o gado, ainda é cantador

No cavalo é um maestro, na garganta é um tenor.



Essa guerra do cavalo e do boi nunca tem fim

Começa pela ganância, que eles tem pelo capim

A vantagem é que o cavalo, nunca vai virar cupim.



Gosto muito de cerveja, filé, picanha, e bisteca

Mas a coisa que eu mais gosto, é carne de perereca

Pode ser de todo jeito, assada, crua ou careca!



14

A mulher toca o vaqueiro, o vaqueiro toca a boiada

A boiada toca o cavalo, dessa gente apaixonada

Que passa a noite correndo nessa lua empoeirada

Cantando em prosa e versos, à mulher apaixonada.



O que mais gosto na vida, digo sem medo de errar

É beijar boca de moça, até o beiço arriar

Tocar berrante e versar, num cavalo bom montar

Ir pra festa em vaquejada, por que lá e o meu lugar.



Cavalo para ser forte, tem que ser um garanhão

O touro para ser valente, derruba o peão no chão

Vaquejada pra ser boa, tem que ter boi no mourão,

Tem que ter mulher bonita, para laçar coração.



Morena não cheire a rosa, que o cravo é mais cheiroso

Para quer beijar no rosto, se na boca é mais gostoso

Beijo é como pirulito, quanto mais lambe é pegajoso

Mas beijo em mulher casada, ser der é mais perigoso.



Minha botina é de sola o meu chapéu é de couro

Minha espora é de prata minha fivela é de ouro

Vaquejada que eu mais gosto é quando tem muito touro

E mulher pra ser bonita tem que ter cabelo loiro.



Se mulher fosse dinheiro saia pedindo esmola

E se chovesse mulher aparava na sacola

A loira a água levou a morena foi embora

Só me restou nessa vida forró, cachaça e viola



07



Onde tem muita carniça, também tem muito urubu

Onde tem buraco fundo, também tem muito tatu

Onde tem mulher bonita, tem cachaça e tem caju

É a dupla que vaqueiro, mais gosta de Norte a Sul.



Camaleão come cobra, cobra come a lacraia

Quando o boi não cai no chão, a galera dana vaia

E vaqueiro responde ainda dentro da raia

O bicho que eu mais gosto vive debaixo da saia.



Da morena eu quero um beijo, da loira quero um abraço

Para ficar com as duas, eu amarro com o laço

Boto as duas na balança, pra não haver embaraço

Se quiser ficar comigo, numa noite só eu traço.



Só bebo fundo de copo, quando vou pra vaquejada

E vejo no fundo dele, a foto de minha amada

Se eu parar de beber, ela não vai ser lembrada

Se for pra não esquecê-la, vou levar a vida errada.



Andei mais de trinta léguas, no lombo de um gambá

Sapateei na floresta, fiz poeira levantar

Sou filho de gavião, e neto de sabiá

Todo boi do rabo curto, eu consegui derrubar

Pulei arame farpado, sem o gibão arranhar.

08



Esse olhar de cascavel, termino apaixonado

Acabo sem meu juízo, esqueço que sou casado

Minha mulher fica só e você vai do meu lado.



Mulher é bicho danado, faz xixi sem por a mão

Que nem égua quando mija, fura um buraco no chão

Da rolinha eu tiro a pena, da galinha o canhão

Da morena eu tiro a roupa, e deito ela no chão.



Cavalo eu puxo no toco, boi eu puxo no mourão

Valente eu puxo na perna, mulher eu puxo na mão

Boi eu puxo pelo rabo, pode fazer coleção

Quem não quiser ser puxado, não brinque comigo não!



Já fiz coisa nesse mundo, que estou cheio de pecado

Já roubei moça donzela, vi o sol nascer quadrado

Botei cangalha em jumento, tirei couro de veado

Vivo hoje endividado, foi essa vida de gado!



Menina casa comigo, que você não passa fome

De dia tu come cobra de noite a cobra te come

Carne de cobra é difícil, no instante ela some.



Sonhei que tava correndo, num cavalo alazão

Todo boi que aparecia, botava ele no chão

Se sonho fosse real, era um grande campeão,

Porque na realidade só sei tomar alcatrão!







13



Casa de palha se queima, casa de tijolo cai,

Casa de madeira afunda, em casa eu não moro mais

Vou viver como vaqueiro, dando aboio nos currais

E sentar praça na zona, porque mulher tem demais.



Logo de manha cedinho, o boi vai pro arvoredo

Vou levando ele no laço, pra mim ele é meu brinquedo

E o patrão fica bravo, quando ver o meu enredo

Não sou eu que durmo tarde, é o sol que nasce cedo.



De dia eu planto o milho, de tarde eu vendo pipoca

De noite eu compro a farinha, pra fazer a tapioca

Mulher que dorme comigo, bota de molho a mandioca,



Morena se eu ganhasse, no jogo uma bolada